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A tranquilidade que reinava sobre as eleições presidenciais no Paraguai foi cortada na tarde de segunda-feira, depois que Payo Cubas denunciou uma suposta fraude nas eleições vencidas por Santiago Peña e pediu resistência à assunção das novas autoridades, o que levou a violentos confrontos entre seus seguidores e a polícia nas proximidades do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE).
Depois da meia-noite, a polícia reprimiu os manifestantes com balas de borracha. Devido à situação, somada ao fato de haver bloqueios de estradas em outras partes do país, as empresas de transporte de média e longa distância anunciaram que atenderam seus serviços nesta terça-feira.
Tudo começou à tarde, quando seguidores de Cubas marcharam até a sede do TSJE, em Assunção, para pedir a revisão dos registros de votação, após a denúncia do líder.
Cubas, o candidato antissistema considerado uma espécie de "Milei paraguaio" que ficou em terceiro lugar nas eleições com quase 23% dos votos, baseou suas queixas no fato de que a empresa responsável pelas urnas eletrônicas não respondeu às perguntas que ele fez sobre supostas irregularidades ocorridas nas eleições.
"É impossível que uma população cansada tenha dado uma vitória a esses narcotraficantes", disse Cubas na denúncia pública que fez na tarde de segunda-feira.
Por sua vez, acusou o Partido Liberal Radical Autêntico de estar ciente da alegada fraude e de ser "cúmplice" do sucedido.
Logo após o anúncio, apoiadores de Cuba começaram a se reunir no cruzamento das avenidas Eusébio Ayala e Defensores del Chaco, em frente ao TSJE, em Assunção. Com cartazes de apoio a Cubas e bandeiras paraguaias, vários grupos de pessoas começaram a chegar para exigir que a eleição fosse anulada e votada novamente.
Diante do crescimento da multidão, a polícia rapidamente instalou uma operação de segurança no local e colocou cercas para evitar que eles se aproximassem do prédio. Cubas, que fez a denúncia de Ciudad del Este, anunciou que viajará amanhã para Assunção para liderar o protesto.
Diante da situação, a missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acompanhou as eleições no Paraguai, declarou não ter encontrado irregularidades no processo de votação e pediu aos manifestantes que canalizassem suas denúncias pelos canais institucionais.
Efraín Alegre, que ficou em segundo lugar nas eleições, também se juntou aos protestos contra as eleições e pediu uma auditoria de 10% das urnas eletrônicas, bem como a contagem manual das cédulas.
"Dizemos ao TSJE que estaremos atentos à sua disposição de tornar transparente o presente processo eleitoral com uma presença física e militante", tuitou Alegre.
Em Ciudad del Este, cerca de 1500 seguidores de Payo Cubas bloquearam diferentes trechos da rota PY02 em protesto contra a suposta fraude denunciada pelo candidato. A situação gerou tensão, já que jornalistas presentes no local relataram que pessoas que protestavam estavam assediando pessoas identificadas com o Partido Colorado.
Os apoiadores de Cuba, também envoltos em bandeiras paraguaias, entoaram protestos e queimaram capas, pedindo que os registros de votação fossem revistos.
fonte Clarim