Desde o início do atendimento presencial nos Correios, em 30 de maio, mais de 488 mil aposentados e pensionistas procuraram agências em todo o Brasil para contestar descontos não autorizados em seus benefícios do INSS. Ao todo, mais de 3,1 milhões de contestações já foram registradas, incluindo via internet e telefone. O serviço tem sido essencial para quem não tem acesso a meios digitais, como o aplicativo Meu INSS ou a Central 135.
Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, esse número é expressivo e representa mais de 10% das contestações realizadas nos Correios. Ele destacou a importância do atendimento presencial como forma de humanizar o processo e trazer segurança aos beneficiários. “É olho no olho”, disse Waller durante visita a uma agência em São Paulo nesta sexta-feira (13).
A partir da próxima segunda-feira (16), quem fez a contestação há mais de 15 dias úteis poderá retornar aos Correios para consultar a resposta das entidades sobre os descontos.
A estimativa é que, se todas as 3,1 milhões de contestações forem comprovadamente indevidas, o prejuízo poderá chegar a R$ 2,12 bilhões corrigidos. A fraude foi revelada em abril pela Polícia Federal, durante a Operação Sem Desconto, e envolvia associações e sindicatos fantasmas que aplicaram descontos ilegais, muitas vezes de valores baixos, para não chamar atenção.
Até agora, 512 mil contestações foram respondidas pelas instituições, sendo que 100 mil delas já resultaram em processos judiciais. Em muitos casos, os beneficiários negam ter autorizado qualquer desconto.
Waller informou que o governo trabalha para que os prejudicados sejam ressarcidos o mais rápido possível e que R$ 2,8 bilhões em bens de fraudadores já foram bloqueados para garantir a devolução dos valores.
O atendimento é gratuito e pode ser feito em mais de 5 mil agências em todo o país. Basta apresentar um documento oficial com foto. Se o beneficiário não puder comparecer pessoalmente, é necessário nomear um representante legal com procuração autenticada.
Durante o atendimento, é possível:
Os Correios alertam: ninguém está autorizado a ir até a casa do aposentado para realizar esse atendimento. Ele é feito apenas nos canais oficiais: aplicativo Meu INSS, site, Central 135 ou presencialmente nas agências.
“Isso aí é um roubo. Pretendo receber meu dinheiro de volta, seja lá quanto for”, declarou Luiz Alberto, de 70 anos, que descobriu desconto de uma associação sem sua autorização.
JAIR SAMPAIO